Cultive Local, Como Local: 6 razões para você comer o que foi cultivado localmente.
- Bruno Sanches
- 23 de nov. de 2017
- 3 min de leitura

Levanto, é uma pequena cidade italiana na reigão de Ligúria que adotou oficialmente as regras do “bem viver”. Lá, em abril, se inicia o melhor período para colher rúculas. Dona Rita colhe no seu jardim dos fundos alguns pés de rúcula, plantados 5 semanas atrás, para o almoço com seus netos. O chef Lorenzo recebe em sua porta uma caixa de rúculas recém colhidas na chacará de um grande amigo, que fica à 30 minutos de carro do seu restaurante.
Cenas como estas normalmente ficam restritas à cidades como Lavanto, pequenas, rurais e com uma população adepta de uma alimentação natural. No entanto, um movimento chamado Eat Local ou em tradução livre, coma local, busca trazer esses prazeres de comer algo recém colhido e livre de agrotóxicos também para dentro dos grandes centros urbanos do mundo.
Mas além do prazer bucólico, quais as vantagens de comer alimentos cultivados localmente? Dá uma molhada nos 6 de benefícios baseados nas sugestões da Universidade do Estado de Michigan:
Alimentos cultivados localmente são cheios de sabor. Quando cultivados localmente, as plantas são colhidas no seu melhor ponto de maturação, em comparação o que é cultivado longe do local de consumo ão colhidos mais cedo para serem transportados e distribuídos para lojas varejistas locais. Muitas vezes vezes, o alimento produzido no mercado local foi colhido à menos de 24 horas antes da sua compra.
Alimentos locais são mais nutritivos. O alimento local possui um intervalo de tempo menor entre a colheita e sua a mesa, e assim, é menos provável que ocorram perdas de nutrientes ao longo do caminho. Alimentos importados de outros estados ou países são normalmente passados, já viajaram e ficaram em centros de distribuição por dias antes de chegar à sua loja.
Alimentos locais ajudam a economia local. Você gasta dinheiro com agriculturores que estão próximos à você e o que você gasta é reivestidos em negócios e serviços na sua comunidade.
Alimentos locais são bons para o meio ambiente. A cadei de suprimentos do alimento normalmente envolve transporte por longas distâncias e consequentemente perdas no meio do caminho e emissão de CO2, assim consumir alimentos locais diminui a emissão de CO2 e o disperdício de alimentos.
Alimentos locais são mais seguros Quanto maior a quantidade de etapas entre você e o produtor do alimento maiores serão as chances de contaminação. Alimentos cultivados em locais distantes correm maiores riscos de contaminação na colheita, na lavagem, envio e distribuição.
Você sabe como o alimento foi cultivado. Você pode perguntar diretamente ao produtor quais melhores práticas foram utilizadas para cultivar e colher o seu seu alimento. Quando você sabe de onde sua comida veio e quem a cultivou, você sabe muito mais sobre o que você está comendo.
Então, a ideia de Eat Local, nada mais é do que o resgate de uma forma de produção e consumo de alimentos que foram perdidas na busca pela produção de alimentos em massa. Esse modelo de agricultura, distribuição e processamento de alimentos em massa foi necessário para diminuir a insegurança alimentar nas décadas passadas, porém, parece que perdemos a mão e esquecemos da importância dos alimentos saudáveis e nutritivos, e do cuidado com o nosso meio ambiente. Ainda enfretamos ilhas de desnutrição em alguns lugares do mundo, porém em uma via de sentido oposto, um dos nossos grandes desafios atuais é lidar justamente com o excesso de consumo de alimentos processados e de baixo teor nutricional, responsável pelo crescimento da obesidade e pela intensificação de diversos problemas de saúde modernos.
Dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra e Domício) de 2015 mostraram que 93,14% (e aumentado) da população do Sudeste brasileiro vive em centros urbanos. Agora, você que faz parte dessa imensa maioria de seres urbanos deve estar se perguntando: E onde é que eu vou encontrar alimento fresco cultivado em pleno deserto de pedra?

Dessa necessidade de alimentar uma gigantesca população urbana, com alimentos frescos, nutritivos, saborosos, seguros e com baixo impacto ao meio ambiente, surgiu o conceito de hortas hurbanas. São diversos os tipos de hortas urbanas, inclusive, São Paulo já possui boas iniciativas, e é um terreno extremamente fértil ao crescimeto exponecial de hortas urbanas.Existem hortas coletivas ou privadas, na praça ou na garagem, com terra ou sem terra, em prateleira ou na perede, de alta tecnologia ou feita em casa.
São tantos tipos de hortas, que serão tema de uma postagem futura, mas o importante é saber que a ideia está surgindo e vem ganhando corpo. Como consumidores, nosso papel é incentivar esse mercado, cultivar local e comer local é possível aqui onde estamos. Em ao menos uma das regras do bem viver podemos ser como Levanto, mesmo que seja colhendo um pé de rúcula no telhado do seu escritório, certo?
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